sexta-feira, 30 de março de 2018

Revertere No 2

Resultado de imagem para menino de mágico

As pedras tumulares estão planejando fazer aquela festa
Cada participante vai ganhar uma tatuagem bem na testa
Trinados cantores fazem um mais nobre e requintado paladar
Enquanto as lembranças mortas já se esvaíram pelo ar
Eu não! Eu não! A aranha da Espanha nunca me estranha
Foi ela que pôde e fez a maravilhosa e ímpar façanha
De rezar orikis em yorubá arcaico em sentido contrário
Enquanto arrumavas suas roupas de baixo no armário
Esse perfume já está me deixando um tanto quanto enjoado
A casa de madeira é feita somente de cimento armado
O tatu acabou fazendo as suas tatuagens mais maneiras
Estamos mais felizes ainda com a nossa Dança das Caveiras
O senhor bispo fez pela primeira vez os seus próprios pães
Isso era para ser feito pelas madrugadas mas foi pelas manhãs
Eu sempre me recusei a ouvir notícias de estômago cheio
Sei como fazer as mágicas mais fantásticas porque sou do meio
Aqui nunca mais se faltou qualquer circunstância sem falta
As pequenas pedras daquele riacho sofrem de uma febre alta
Fernando se especializou em fazer as mais hediondas caricaturas
E isso só realiza quando está navegando lá pelas alturas
Uma La Ursa só sabe as coisas que ela mesmo sempre diz
É bem melhor ser apenas um tolo do que ser um infeliz
Seja solidário e doe para a nossa mais magistral campanha
De ajuda os pobres milionários e a eles nunca acanha
Pão integral e piadas sem propósito não fazem mal à ninguém
Eu já andei voando mas nunca que roubei aquele trem
Fazem quantos anos que já morreu o Ibraim Sued?
Parece quem o ontem é mais educado e sempre me pede
Manjericões e rendas são ingredientes para qualquer pudim
Eu sou tão simplesmente mau e ninguém tem pena de mim
Os camarões camaroneses estão de férias no Rio de Janeiro
Esqueceram que os marços sempre caem em fevereiro
Os milagres acontecem quando olhamos a imagem da santa
E fazemos novamente frango para a nossa feliz janta
Nada contra as opiniões alheias desde que não as entenda
Hoje mesmo já fui na feira comprar uma nova venda
Está uma votação bem acirrada lá no nosso Congresso
Para ver qual a borboleta que agora faz mais sucesso
Estamos em cada esquina mas nunca saímos de casa
O meu dragão esqueceu de lubrificar a sua asa
Remédios são confeitos feitos em feitorias de Portugal
Explicações on line acabam sempre me fazendo passar mal
Vá que eu nunca mais faça outros versos com esse azeite
Mas quem tem mais do que dois olhos então me aceite
Amor! Eu não lhe vejo nunca já faz mais de dois mil anos
Mas só em lhe ver tenho o mais absurdo dos planos
Eu aqui no meu cantinho escutando silêncios e discos
Faço de conta que não tenho mais nenhum dos riscos
O que consumo me atordoa e me também me entorpece
É minha alma que aos poucos dorme mas não adormece...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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Poesia Gráfica LXXXVI

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