Depois do
depois tudo é cinza e rosa
As flores
acabaram de entrar em greve
Acabou-se
aquele encanto que era passageiro
E solenes
damos nossas últimas risadas
Depois do
depois tudo é azul e negro
Estamos
estranhando tudo que é familiar
E não nos
aflige mais a fumaça que sufocava
Sócrates
agora bebe veneno e está imune
Depois do
depois tudo é amarelo e roxo
O jogo agora
segue as regras da lealdade
E até a
maldade pratica sua galanteria
Quem poderá
evitar as flechas do destino?
Depois do
depois tudo é laranja e verde
Falta-nos
razões óbvias para razão nenhuma
E quanto
mais insistimos em desistir
Mais nossos
pés vão indo ao cadafalso
Depois do
depois tudo é água e sangue
Mistura
completa de todos os ritmos musicais
Nara e
Caetano proclamam a nova independência
E Noel fala
em se calar porque lá vem o sol
Depois do
depois tudo é vinho e ocre
E os meus
sonhos são as mais exatas balelas
E os
carneiros vão sambando para o abismo
Porque nada
é mais doce que sonhar a realidade
Depois do
depois tudo é marrom e cáqui
E as frutas
na cabeça vão se equilibrando
Até que
esteja tudo maduro e não haja nada
E cadeiras
vazias ainda estejam pela calçada
Depois do
depois tudo é da nossa cor
E valeu
quase que a pena respirar em vão
E em versos
de mais demais eu tenha
Feito da
loucura a mais branda sensatez...
(Extraído do livro "Rubianan Decide" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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