terça-feira, 13 de março de 2018

Ainda Tenho...

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Ainda tenho, tenho sim! Esperanças pequenas como grãos escondidas na alma, mas o que me importa seu tamanho? Elas poderão esperar todo o tempo do mundo para que seus grãos germinem e façam um novo jardim...
A noite está muito escura e o frio muito forte, mas suportarei. Transformarei meus segundos de agonia em um novo jogo e tudo passará. O sol é pontual em seu ofício e as carícias da luz não se importam se meu rosto está velho e enrugado...
O perigo anda farejando suas novas vítimas, é um cão faminto perambulando pelas ruas de todas as cidades, de todos os países, no mundo todo. Só que aprendi a ser o gato esperto que anda sobre os telhados e nada, nada mesmo, se livrará do meu golpe de vista certeiro. Posso me dar o privilégio de sentir preguiça e admirar todos os brilhos dos metais...
Quando haverão novos tempos? Não sei, esta é apenas uma pergunta, e perguntas são feitas para não serem respondidas com certeza, a surpresa é o golpe de mestre para quem, na verdade, almeja a felicidade. Vejam como é bonito o rosto do menino quando ganha um brinquedo novo se menos o espera...
Não espero que a multidão conheça meus versos, a fama é o instrumento de tortura dos tolos e a máscara que cai do rosto dos bobos. Se for lembrado por ter tentado atingir algum coração com o poema e, por um momento apenas, tê-lo conseguido me tornarei o mais feliz dos mortais...
E se a morte chegar? Se ainda tiver algum tempo, irei cumprimentá-la como o ilustre visitante que é, mandarei que entre e se sinta à vontade, que não repare na bagunça da casa, os móveis empoeirados, as coisas fora do lugar. Que faça logo seu trabalho, o medo passou e eu a compreendo...
Mas, ainda tenho, a saudade de um beijo teu...

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