Precisam-se
de novos homens, novas ideias que solucionem velhos erros que andam por aí. Homens
jovens que esqueceram seus medos em uma gaveta qualquer e que acabaram perdendo
a chave. Homens velhos que aprenderam a ter a paciência mais exata possível de
que muito se pode fazer ainda pelo bem de todos. Homens de qualquer idade, cor,
credo, nação, etnia que possam trazer de volta a alegria de ser humano...
Precisam-se
de rosas teimosas, dessas que não desistem nunca de abrir, que não se importam
com o que irão embelezar, mas são estetas de mão cheia e sabem porque as flores
existem. Também precisam-se de margaridas audaciosas, daquelas que não temem
ser o primeiro encontro ou o último adeus. E ainda, precisam-se de flores,
muitas delas, que não se importam com seus nomes, desde que sejam cidadãs de um
grande jardim...
Precisam-se
de pais que amem mais seus filhos porque são seus filhos e, por isso mesmo,
saberão criá-los para a felicidade e, não apenas, para ganharem as bobas
corridas que alguns chamam vida e nada mais são do que isso, corridas
angustiantes sem nenhum prêmio que o compense...
Precisam-se
de mães que seja mais mães do que as fotografias de propagandas baratas em que
parece que tudo vai bem e, na verdade, tudo vai mal. Mães que não possuam medo
de terem gerado pessoas e, como tais, sujeitas à erros e acertos. Elas poderão
perdoar sempre, mas esquecer, às vezes...
Precisam-se
de filhos que possam ser apenas isso – filhos. Que possam enxergar que o mundo
lá fora é mesmo a selva e que a felicidade não precisa ser o destaque de uma
escola de samba. Que possam ver que não existem velhos conceitos, mas alguns
que passam e outros que são eternos...
Precisam-se
de amantes que não tenham cansaço, que não se importem se a estrada é longa e
se faltaram sapatos para proteger os pés e, até, se eles de vez em quando
sangram por causa disso. Esses amantes nunca conhecerão o amargo da traição
porque a ternura lhes embaça os olhos, mas estas lágrimas serão de
contentamento...
Precisam-se
de novos magos, sem velhas seitas, que não tentem aprisionar Deus entre dogmas
e preconceitos que alimentam seus egos exageradamente ridículos, que saibam
manipular as verdadeiras fórmulas que podem trazer a felicidade...
Precisam-se
de mais notícias de paz, de menos modismos afogantes, de menos mentiras feitas
para iludir aos homens e enganar as multidões. É de justiça o que precisamos e
de dar um basta nesta brincadeira de mau-gosto que chamamos de história...
Precisam-se
de mais cabeças e menos coroas, de mais piedade do que riqueza, de mais ternura
do que de classismo, estamos sujeitos às mesmas regras de vida e morte, nada
foge às rédeas do destino...
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