quarta-feira, 28 de março de 2018

Isto Não É Poesia

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Não é, não é e nunca foi. Apenas a lamentação de um só, quando muito. Um só perdido em tantas ruas, com tantas pessoas, mas sem ninguém pra falar, sem poder dar um grito, sem dizer como doem as feridas que o tempo deixou e não voltará pra levar de vez.
De forma alguma, não é nada. São apenas os cadáveres dos sonhos, eu os recolhi e guardei em pobres bolsos com outras coisas que nem me lembro mais o que são. Os olhos continuam atentos, apesar da vista mais curta, e, ainda, caça os segredos que existem pelo ar.
Quando muito são apenas mais algumas bobagens, sim são. Algumas músicas que nunca mais escutei, sucessos interrompidos sem malícia alguma, marcas de velhos dias da névoa de minha lembrança.
Uma triste tentativa é o que é, de versos que nasceram com defeitos de fabricação, não falando de nada, ou pior, falando de tão pouca e mesma coisa, de brinquedos perdidos num antigo quintal.
Uma fantasia malfeita, é isso que é.

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