quinta-feira, 29 de março de 2018

Resemure

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Estou sentindo meus pés dormentes
Invado as cercas e mato os quintais
Estou em todos os presentes
Quero respirar e não quero mais
Trancar assim todos meus dentes
Estou ali perto nos coqueirais
No peito doce de alguns doentes
Eu faço as bandeiras e peço paz
Caldeirões de vidro tão presentes
Claro absurdo de colibris no cais
Me lembro de algo vagamente
Talvez alguns amores nos Cascais
E canto sem nunca sobriamente
Ter visto de perto tanto lilás
O gelo é só um fogo ardente
A madeira se queimou pedindo zás
Eu perdi a corrida bem na frente
São os longos dias de São Brás
Existem agora pedras cadentes
Cercando todos os pontos cardeais
E os alpistes têm gosto diferente
E a música me esgotou cedo demais
Casamatas de ritmo mais frequente
Nem de perto tem o gosto de aguarrás
Do pecado original fui conivente
Na conivência dos meus ais

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