domingo, 25 de março de 2018

Alquimia, Alquimia

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Misturemos tudo sem dó algum. Eu que o diga. Céus e abismos até caem bem. E um bom amalgama de lágrimas e estrelas da mesma forma. Não inventei nada. É que somos assim e muitas vezes tudo passa desapercebido. Então? Cada dia tem seu pedaço de noite. E o palhaço até virou o rosto disfarçadamente para suspirar.
Uso meus dedos para escrever na areia. E nela faço as equações mais complicadas que o mundo já viu. Tento desenhar um sol gordo de semblante risonho. E gaivotas de alguns pequenos riscos. E talvez uma nuvem vagamunda que enfeite toda essa pintura.
Poderia me informar as horas? É que eu tenho perdido muitos séculos pensando para onde vou. De onde vim é uma outra questão. Devo ter vindo de algum sonho que de repente faltaram asas e veio abaixo.
As pessoas andam apressadas. Mesmo com mal disfarçados passos lentos. Possuem pressa de olhar mortas vitrines e ganharem a corrida para fúteis liquidações. Lançam-se de cabeça naquilo que não entendem e nem precisam. Esquecem que há vários sinais de fumaça e que talvez seja mais coerente qualquer dança da chuva.
Querem tomar grandes lições? Olhem as florzinhas que qualquer pedaço de terra nos dá. Não esperam plateia para seu desfile e tampouco escolheram seu figurino. Sabem o que os homens desconhecem. Que tudo dura muito e ao mesmo tempo nada dura. Independente das contas que são feitas.
Grandes aulas? Não tentem decorar os milhares de versos complicados de alguma epopeia que os livros nos fazem engolir. Os passarinhos que o digam. São exímios cantores de inexistentes notas. De enigmáticas sinfonias dignas de insistentes aplausos.
Misturemos tudo sem dó algum. Num laboratório mais secreto do que o faziam os antigos. E eles que me desculpem. Meu peito ainda possui mais labirintos... 

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