A perfeição é a último pacote na bolacha
Um coral de castrati cantam mambos
Na casa do ferreiro servem espetinhos
Fui aplaudido de pé por todos meus mortos
Eu durmo mais cedo em todas as manhãs
O dinheiro é lixo na boca do avarento
O cotidiano é um tarado correndo nu na rua
Eu costumo sempre fazer perolas caseiras
Essas joias de joias não têm porra nenhuma
O menino de óculos nunca foi bem-educado
As feiras livres nunca foram tão presas
O pão com mortadela será servido às duas
Toda cantiga agora virou um blá-blá-blá
O miserável bate pandeiro na tampa da panela
Fui no banheiro como quem acha um tesouro
Kant e Bukowisk acabaram saindo na porrada
Eu só uso meias se estiver tipo meio distraído
Minhas feridas possuem meu tamanho exato
Minhas intenções contigo são as piores possíveis
Toda cerveja precisa apenas de um ajuste
Toda vez que durmo acordo com cara de peixe
O trivial absoluto acaba me fazendo muito mal
Faça-me o favor de não me fazer favor nenhum
Acreditar é bem mais fácil do que duvidar
Vamos pular linhas como quem pula amarelinha
O preso aumentou de peso e foi quase agora
Todas as frases são fases de um bando de ariranhas
Não tenho cacife para chegar pertinho de Recife
Toco meu bumbo em toda minha arrogância
Esse charuto eu achei bem ali na encruzilhada
A felatriz bem no fundo é uma excelente pessoa
Acho que aos poucos serei mais um pouco
Confie em mim com toda desconfiança evidente
Não sei quanto custa um astronauta para vir dançar
Nós fazemos tanta merda e estamos que é bom...
(Extraído do livro "Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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