Chips
quebrados, cadeiras derrubadas,
Essência de
baunilha em hálitos proibidos,
O fogo das
lareiras é acolhedor e simples,
Em cada sete
dias uma semana que passa,
As sardas
dos ruivos têm um encanto total,
Nunca mais
fui no médico desde que adoeci,
Todo amor é
indeciso quanto sempre é,
As estátuas
não nasceram para sofrer,
Eu vivo do
tamanho do meu próprio tempo,
Sou tão
pequeno tanto quanto o universo,
Aperte o
gatilho para poder viver em paz,
As bruxas
são todas virgens nas quartas-feiras,
Eu sei fazer
contas com os dedos dos meus pés,
As cartas do
baralho são o que são por si só,
Todos os
diamantes não valem como antes,
Toda bola
antes de ser foi um quadrado,
A duração de
um minuto depende do freguês,
Eu sou do
tempo que tamancos existiam,
Balas vinham
em caixinhas de papelão,
Existem
várias surpresas que nem existem,
As
operadoras de caixa nem sempre sorriem,
Mas o
barulho das moedas parece uma canção,
Entender de
alguma coisa já é alguma coisa,
Os carinhos
não me lembram mais outras águas,
O meu prato
está vazio e minh’alma cheia,
Não me rogue
pragas porque estou surdo,
Conheci
algumas dessas cerimônias por aí,
Não fui
crucificado pela minha modernidade,
Xaropes e
chás têm parecida procedência,
Eu vim direto das cavernas para a cidade,
A minha
imobilidade anda tão veloz,
Não consigo
falar senão com enigmas,
O rei sambou
e foi em praça pública,
Tarzan
acabou loteando todos os cipós,
Meu café da
manhã não tem mais café,
Dezenas de
baratas enchem os cantos,
Talvez eu
encontre rastros de mim mesmo,
Um colar de
contas e um cocar me bastam,
Estou num
emaranhado de barbantes,
A peça de
teatro tem menos de meia cena,
O futuro é o
passado que acabou voltando,
Eu quero
dormir e não consigo mais...
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