Todo doce tem seu amargo,
é aquilo que eu trago...
Todo doce tem seu salgado,
fim do que foi começado...
Todo doce tem seu azedo,
junto com a alegria, o medo...
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Várias esfinges e nenhum enigma
Vários nós sem fio algum
Eu colho rosas com algum segredo
Porque não há mais jardins
Só este antigo, muito antigo
Que não morreu em meu peito...
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Demais, de menos,
Eu cá com meus venenos,
Vou rindo sob os temporais
Bobo, esperto,
Preso e ao mesmo tempo liberto,
Correntes? Tanto faz...
Assim assado,
Acertando ou errado,
Não acabem meus festivais...
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A poesia nunca morre
Os poetas sempre...
Morrem no anonimato cruel
Morrem na mediocridade que afoga
Morrem nos desencantos que surgem
Morrem pelas paredes mais sujas
Morrem como pássaros ou folhas
Com a última tentativa de riso no rosto...
Mas a poesia nunca morre...
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Estão ali e estão lá,
Os histriões com seus aplausos falsos,
Todos nós, simples marionetes
Tanto de quem fala a verdade
Como de quem mente,
Tanto de maus quanto bons,
Estão ali e estão lá,
Como mosquitos que incomodam
Este meu pobre sono
Entre velhas cobertas...
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O dia esfriou demasiadamente. Os pássaros estão de folga. Não há mais cantorias vadias para nosso deleite. Velhos cemitérios onde olhares tristonhos de abandono se recusam a falar alguma coisa. Eu sou a memória que teima em milhares de cenas. Como marcas em pedras não apagarei um instante sequer. O jardim ainda teimará. Só não sei mais o tempo. Ando esquecido como sempre...
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Tudo místico, pedra jogada ao acaso sem ter alguma direção. Assim é, todos nós. Tudo concreto, pedaço de fumaça teimando em subir para alguma céu incerto. Tudo vivo, máscaras de cera num grande museu fechado para balanço. Tudo morto, crenças derrubadas por uma lógica quase sem lógica. Um minuto se silêncio para todos nós...
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