Tudo o que
me basta e não me basta
Ao mesmo
tempo e no mesmo lugar
Com uma
sensibilidade que desespera
Onde estarei
eu no próximo instante?
Voarei sobre
as nuvens não vendo temporal?
Mergulharei
no abismo feito brinquedo?
Nada me
satisfaz tanto quanto teus olhos
E minha
noção de perigo foi embora
Eu sou teu
canibal que veio para almoçar
Podem servir
alguns filés de mamute
Andarei sobre
o gelo como qualquer um
Camas de
prego já me bastam ou roseiras
Não sei mais
de onde vem vindo o vento
Calor ou
frio são para mim o mesmo
Faço caretas
em qualquer espelho
Pedaços ou
não é o que assim basta
Sou imune ao
ferro e também ao fogo
Atravesso todos
os sinais fechados
Eu mesmo sou
o fantasma da solidão
Te perdi e
eu junto na escuridão...
(Extraído do livro "Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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