Era um homem de negócios,
Que tinha pressa, não tinha ócios,
Tudo vale o seu sacrifício,
Pois são os ossos do seu ofício
Um homem de muita pressa,
De pouca conversa,
Feito de aço e concreto,
Sem amor e sem afeto
Um homem de posses, de bem
Orgulho dos pais, pesadelo de vizinhos,
Sem amigos e sem ninguém,
Dando todos os seus passos sozinho
Um homem de poucos segredos,
De nenhum carnaval,
Um homem sem medos,
Muito além do bem e do mal
Um grande burguês, cheio de grana,
Com seus impostos em dia,
Sem carnaval, sem final de semana,
Sem tristeza e sem alegria
Era um homem de negócios,
Se dar bem na vida era seu sacerdócio,
Ser respeitado e ser temido,
Viver para ele era esse o sentido
Calçou seus sapatos, vestiu o seu terno...
Pra onde será que ele agora vai?
Não é mais patrão, nem é mais pai,
Entrou na fila pro Inferno...
Era um grande homem de negócios...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário