segunda-feira, 22 de maio de 2023

Ainda

 

O copo vazio em cima da pia

Como um corpo jogado no asfalto

A televisão falando sozinha na sala

Sem nenhum inseto para acompanhar

Calculo inexato de inversas proporções

Milhões de olhos enceguecidos

A verdadeira mentira existente

Eu não sei e nem ninguém sabe

As teorias da conspiração conspirando

Baticum sem som algum para nos acordar

Hei de chorar ainda milhares de vezes

Por um leite que não foi derramado

Não consigo ir nem na esquina

Mas todas elas dvem ser exatamente iguais

O monstro acabou de acordar sonolento

Em algum lugar devem haver margaridas

E algum elixir mágico que nos sirva

Todo completo acaba faltando um pedaço

Os esquecidos acabaram se esquecendo

Todo teatro acaba sendo meio malvado

A rouquidão afetou a garganta

Mas a surdez continua firme e forte...


(Extraído do livro "Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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