quarta-feira, 10 de maio de 2023

Água Doce

 

Água doce, meio amarga,

Em todos os cantos, todos os jeitos

A forma que nem eu sei,

Dias corridos até não poder mais...


A mesmice destrói tudo aos poucos,

Rodos os mundos não são,

O meu silêncio estará sempre à venda

Por algumas simples moedas...


Água doce, meio insossa,

Vou me esconder agora de mim mesmo,

A máscara do meu fantasma

Agora está sem ópera alguma...


Os dias continuam como antes,

Nuvens cinzas estão decorando os céus

E eu, pássaro de inúmeras penas

Já me esqueci de como poderia voar...


Água doce, meio insalubre,

Em velhas poças d'água estão os sonhos,

A pedra que o menino jogou

Fará que todas elas vivam novamente...


(Extraída do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida),

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