segunda-feira, 8 de maio de 2023

Silêncio Absoluto

Não há mais versos semelhantes à mosquitos voando num ar perigoso chamando a morte em altos brados...

Eu sou a lâmpada que queimou quase agorinha, ainda estou preso em meu bocal. O dias passam em sua teimosia quase religiosa. Entendo tudo, sobretudo, o nada. O luto estampado em frágeis registros daquilo que chamamos - memória.

Os pássaros teimaram em comemorar pela festa que não existiu, em uma data que julgo ser ignorada...

A insanidade é o único caminho para os viventes. A menina louca grita enquanto o pavor de sair da rotina fere os que estão em sua volta. O sal só faz falta nas receitas, no dia-a-dia ele acaba nunca vindo e não sequer explicação...

Onde estará o ontem que deixei quietinho ali naquele canto? Saiu pela janela que esqueci aberta ontem à noite?

Todo tamanho é apenas mais um tamanho, grãos de areia, pedras rolando do alto da montanha atingindo tudo em seu trajeto. Todo banal importante é. Eu dancei ontem até que o cansaço chegasse porque nada aconteceu.

Não há mais histórias em volta de algumas fogueiras quando eu e os outros assim o queríamos...

As farsas irão ser cada vez mais encenadas, mesmo que faltem as necessárias cenas. Não escolho mais cores, pego as que o acaso me aconselha em sua débil, mas precisa sabedoria. Sem ele acabaria me anulando como muitos por aí.

Declarações são proferidas sob o sono mais profundo, aquele amor que nunca tive, acabou ferindo-me...

Não são mais dois-pra-lá, dois-pra-lá, as palmas murcham como rosas arrancadas do pé, ou ainda, folhas mergulhadas no chão em sua queda amarelada ou cinza, dependendo apenas de alguma pompa e circunstância.

O ator de quinta categoria nem notou que os risos eram de deboche, não de contentamento...

Tudo tem quase meu nome, algum embalo pode não fazer o bebê dormir, mas pode ocasionar uma tempestade tropical num dos muitos desertos que enchem as enciclopédias e os vídeos da internet se ela não cair, pelo menos agora.

As segundas ainda possuem um certo gosto de domingo se a hortelã de minha horta deixar...

Eu gasto toda minha munição em bobagens sérias, antes que todas elas sem estragadas por sua falta de uso. Nem percebo mais as ondas que o mar me oferece, não há mais gaivotas em seus voos rasantes acenando para mim.

Escuto certos estampidos inexistentes, a confusão dos tempos embriagou-me mais do necessário...

O nada saiu do cardápio, mesmo a solidão vem com algum acompanhamento, eu não sabia, mas aprender pode ser mais rápido do que nossa imaginação assim o concebe. Jogarei mais dados se encontrar algum manto por aí.

Não há mais versos semelhantes aos cupins que invadem o quarto procurando beijos em lâmpadas semelhantes ao sol...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................