Não há mais versos semelhantes à mosquitos voando num ar perigoso chamando a morte em altos brados...
Eu sou a lâmpada que queimou quase agorinha, ainda estou preso em meu bocal. O dias passam em sua teimosia quase religiosa. Entendo tudo, sobretudo, o nada. O luto estampado em frágeis registros daquilo que chamamos - memória.
Os pássaros teimaram em comemorar pela festa que não existiu, em uma data que julgo ser ignorada...
A insanidade é o único caminho para os viventes. A menina louca grita enquanto o pavor de sair da rotina fere os que estão em sua volta. O sal só faz falta nas receitas, no dia-a-dia ele acaba nunca vindo e não sequer explicação...
Onde estará o ontem que deixei quietinho ali naquele canto? Saiu pela janela que esqueci aberta ontem à noite?
Todo tamanho é apenas mais um tamanho, grãos de areia, pedras rolando do alto da montanha atingindo tudo em seu trajeto. Todo banal importante é. Eu dancei ontem até que o cansaço chegasse porque nada aconteceu.
Não há mais histórias em volta de algumas fogueiras quando eu e os outros assim o queríamos...
As farsas irão ser cada vez mais encenadas, mesmo que faltem as necessárias cenas. Não escolho mais cores, pego as que o acaso me aconselha em sua débil, mas precisa sabedoria. Sem ele acabaria me anulando como muitos por aí.
Declarações são proferidas sob o sono mais profundo, aquele amor que nunca tive, acabou ferindo-me...
Não são mais dois-pra-lá, dois-pra-lá, as palmas murcham como rosas arrancadas do pé, ou ainda, folhas mergulhadas no chão em sua queda amarelada ou cinza, dependendo apenas de alguma pompa e circunstância.
O ator de quinta categoria nem notou que os risos eram de deboche, não de contentamento...
Tudo tem quase meu nome, algum embalo pode não fazer o bebê dormir, mas pode ocasionar uma tempestade tropical num dos muitos desertos que enchem as enciclopédias e os vídeos da internet se ela não cair, pelo menos agora.
As segundas ainda possuem um certo gosto de domingo se a hortelã de minha horta deixar...
Eu gasto toda minha munição em bobagens sérias, antes que todas elas sem estragadas por sua falta de uso. Nem percebo mais as ondas que o mar me oferece, não há mais gaivotas em seus voos rasantes acenando para mim.
Escuto certos estampidos inexistentes, a confusão dos tempos embriagou-me mais do necessário...
O nada saiu do cardápio, mesmo a solidão vem com algum acompanhamento, eu não sabia, mas aprender pode ser mais rápido do que nossa imaginação assim o concebe. Jogarei mais dados se encontrar algum manto por aí.
Não há mais versos semelhantes aos cupins que invadem o quarto procurando beijos em lâmpadas semelhantes ao sol...
Nenhum comentário:
Postar um comentário