sexta-feira, 12 de maio de 2023

Tá Pra Nascer

Tá pra nascer um cabra mais desinfeliz que nós aqui. Ah, isso tá. Mas reclamar não dá monta, não. O mundo é o que é. Carnaval tem choro e muito. Já te falaram outra asneira diferente? Acredite não!

Madrugada de frio muito e cachorro louco, por que não? Dor de mais de dia e eu vim...

Olho que de azul, cabou escurecendo e depois entortou. Cabelo cortado no militar com meia dúzia de taponas no pé do ouvido. Chorar? Todo mundo nasce assim e leva tempo pro desacostume (se isso acontece, né?) Casa pequena e bacurau pra dar mais medo. Só o Cuca fazia pior, Dalila não.

Os caquis estavam maduros, estavam sim, aconteceu? Virou acontecimento, isso sim...

Fila e eu na frente, com o tempo mais não. Todo velho um dia não foi, mas com o passar a ripa acaba descendo. Quem tem olhos, só verá e fique bem quietinho ali num canto. Senão, saia dançando frevo debaixo de chuva.

Eu fui o que poderia ser, o mais ridículo ainda tem salvação em certos gostos...

E esse sono que não chega?  Pareço até sombração em pé de arvre. Visagem das boas, meu freguês. Capriche aí na bobice que tudo é o que é, mesmo que não fosse podia até ser. Refresco de vinagre acaba nisso. Ainda tou quase vivo.

Milagre é goiaba dar no pé de maçã, ah isso é sim, não me negue nada disso...

Conhece a dança da meleca? Não? Pois eu nunca ouvi falar, mas o primeiro caboco que botar no berro ganha. Três segundos de fama já são o suficiente pra qualquer um caju. No capricho, no capricho que nem lata de lixo.

Lata de leite das grandes, é o que temos num pulo bem mais que certo, meu padrinho...

Será que um dia isso sara? Se não sarar, importância não, levo na mala até jogar ela fora. Disgrama pouca só fere quem dói, eu não, nem pensa nisso. Burro brabo não dá na água, é desse jeito e mais nem carvão tem, acabou tudo e até o resto.

Sapato de pobre é chão, vai na poeira e na pedra mesmo, se bobear tem nem caroço, malandro...

Tá pra nascer, ah, tá!!!

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