Liturgia de
uma solidão
O trânsito
agora está parado
Há alguns
pássaros estáticos
E não há o
que fazer...
Eu morrerei
nos próximos segundos
Mesmo que demorem
anos...
A saia dela
roda na solidão
E apesar da
plateia estar vazia
Ouvem-se
muitas palmas
Entre o
brilho de tantas luzes...
Eu beberei
todo o vinho existente
Um copo
atrás do outro...
Eu pisei
numa jovem serpente
E mesmo
assim saí incólume
Nem as
pedras me ferirão
Tempo pelo
menos nisso ajudou...
Eu ajeito
meus brancos cabelos
No espelho
cheio de manchas...
Numa sala
cheia de quimeras
Escolho
algum dos quadros
Onde esteja
palidamente expresso
A história
que ainda não vivi...
Quebro
alguns dos meus vidros
Com a mesma
covardia de sempre
Para
fabricar mais outras estrelas
Para povoar
esse meu céu vazio...
Não faço
questão alguma
Mesmo calado ainda estou aqui...
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