São apenas palavras...
Ditas e malditas,
Presas na garganta
Com muros de dentes
E porta de língua...
Coletivo de epitáfios, todo número é o que resta, entre sóis e chuvas, sucessão de dias e noites no abismo do esquecimento. Nunca mais seremos os mesmos...
São apenas palavras...
Ensaiadas ao acaso
A quebra do silêncio
No meio da madrugada...
Jardins esquecidos e mal cuidados, até o óbvio é agora desconhecido. A verdade se tornou a mais evidente de todas as nossas mentiras...
São apenas palavras...
De sussurros e de feiras
Onde cada um de nós
Tenta assim sobreviver...
A roupa suja e rasgada e o terno mais elegante, cobrem a nudez de nossa natureza. Sem dogmas ou regras, tudo acaba funcionando do mesmo seu jeito...
São apenas palavras...
De gestos e de ventos
Que acabaram de nascer
E que morrerão amanhã...
O poeta repete tudo, até aquilo que talvez não tenha falado. O teatro continua o mesmo, as palmas podem acontecer ou não. Não há bula para ser conferida...
São apenas palavras...
Ditas e malditas,
Presas na garganta
Com muros de dentes
Mergulho dos lábios...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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