As
pedras tumulares estão planejando fazer aquela festa
Cada
participante vai ganhar uma tatuagem bem na testa
Trinados
cantores fazem um mais nobre e requintado paladar
Enquanto
as lembranças mortas já se esvaíram pelo ar
Eu
não! Eu não! A aranha da Espanha nunca me estranha
Foi
ela que pôde e fez a maravilhosa e ímpar façanha
De
rezar orikis em yorubá arcaico em sentido contrário
Enquanto
arrumavas suas roupas de baixo no armário
Esse
perfume já está me deixando um tanto quanto enjoado
A
casa de madeira é feita somente de cimento armado
O
tatu acabou fazendo as suas tatuagens mais maneiras
Estamos
mais felizes ainda com a nossa Dança das Caveiras
O
senhor bispo fez pela primeira vez os seus próprios pães
Isso
era para ser feito pelas madrugadas mas foi pelas manhãs
Eu
sempre me recusei a ouvir notícias de estômago cheio
Sei
como fazer as mágicas mais fantásticas porque sou do meio
Aqui
nunca mais se faltou qualquer circunstância sem falta
As
pequenas pedras daquele riacho sofrem de uma febre alta
Fernando
se especializou em fazer as mais hediondas caricaturas
E
isso só realiza quando está navegando lá pelas alturas
Uma
La Ursa só sabe as coisas que ela mesmo sempre diz
É
bem melhor ser apenas um tolo do que ser um infeliz
Seja
solidário e doe para a nossa mais magistral campanha
De
ajuda os pobres milionários e a eles nunca acanha
Pão
integral e piadas sem propósito não fazem mal à ninguém
Eu
já andei voando mas nunca que roubei aquele trem
Fazem
quantos anos que já morreu o Ibraim Sued?
Parece
quem o ontem é mais educado e sempre me pede
Manjericões
e rendas são ingredientes para qualquer pudim
Eu
sou tão simplesmente mau e ninguém tem pena de mim
Os
camarões camaroneses estão de férias no Rio de Janeiro
Esqueceram
que os marços sempre caem em fevereiro
Os
milagres acontecem quando olhamos a imagem da santa
E
fazemos novamente frango para a nossa feliz janta
Nada
contra as opiniões alheias desde que não as entenda
Hoje
mesmo já fui na feira comprar uma nova venda
Está
uma votação bem acirrada lá no nosso Congresso
Para
ver qual a borboleta que agora faz mais sucesso
Estamos
em cada esquina mas nunca saímos de casa
O
meu dragão esqueceu de lubrificar a sua asa
Remédios
são confeitos feitos em feitorias de Portugal
Explicações
on line acabam sempre me fazendo passar mal
Vá
que eu nunca mais faça outros versos com esse azeite
Mas
quem tem mais do que dois olhos então me aceite
Amor!
Eu não lhe vejo nunca já faz mais de dois mil anos
Mas
só em lhe ver tenho o mais absurdo dos planos
Eu
aqui no meu cantinho escutando silêncios e discos
Faço
de conta que não tenho mais nenhum dos riscos
O
que consumo me atordoa e me também me entorpece
É
minha alma que aos poucos dorme mas não adormece...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).