domingo, 12 de agosto de 2018

Síndrome das Coisas Sob O Olhar do Poeta

Resultado de imagem para na mesa de um bar
Eu me perdi por falta de espaço! E vejo as bandeiras com muito medo em minha boca! Não é culpa do vento, os dias não foram cúmplices da minha tristeza, tudo aconteceu...
Nem eu mesmo sei o que acontecerá no próximo minuto e essa ânsia acaba atrapalhando meus planos de poder viver...
Tudo envelhece, eu bem o sei, mas a teimosia de algumas novidades acaba me fazendo muito mal... Esperar a alegria pode ser o nosso pior castigo. Assim como esperamos flores na próxima onda, mas só vem a espuma...
Eu sou aquele escolhido para guardar em mim mágoas antigas, algum dedo foi apontado em minha direção. É ele! É ele! Gritou o destino com raiva nos olhos e um meio sorriso no canto da boca! É ele! É ele! E nem eu era ao menos Alice e não estava em nenhum País das Maravilhas, pelo menos que eu o saiba...
Em cada dia uma aflição nova, sem ao menos escutar o barulho silenciosos de seus passos cadenciados...
Eu gostaria de atender aos sinceros pedidos de ser menos triste, mas esta é a mercadoria que está em liquidação. Os sustos são flechas duvidosas que fazem zumbidos em meus ouvidos e estou incapacitado de me defender.
No meio da madrugada tento me esconder de mim mesmo, mas malditos pirilampos que vagam por aí, obscenas aves noturnas que ainda gritam pelo prazer que nunca tive. 
Amanhã haverá sol? Esqueci de tirar a minha carteira de profeta, as coisas mais simples e óbvias, na verdade, são as mais difíceis. Pergunte a Esfinge, ela só almoçou porque pensou em perguntas que todos poderiam responder...
Lamento muito, lamento mesmo, não ter mais nada para dar do que simples palavras. Eu as acumulei no silêncio de anos à fio, na impossibilidade de gritar e num velar constante por mortos que não haviam, mas que acabaram surgindo em minha frente.
Meus ícones todas evaporaram, subiram como nuvens apressadas para um temporal atrasado e me deixaram por aqui mesmo. Agora há outros, mas não sei bem se a tarefa de casa deles é a mesma. 
Nada posso, nada faço, nada espero. Apesar de ter medo de que a fila ande, eu gostaria de tomar alguma coragem, como quem bebe, e tomar esse gole todo de uma vez...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...