tanto lá fora como aqui dentro...
do quarto... do peito...
trazendo lembranças tristes e sinceras
de que nada e nada deu certo...
escurece aos poucos com certeza
mas está é a sina desde que o dia amanheceu...
está frio... muito... muito frio...
e o tempo corre para me envelhecer...
ao mesmo é lento para me torturar...
os pés doem... as cinzas amontoam-se
como velhos combatentes de uma batalha
em que nenhum dos soldados sobreviveu...
gostaria poder dormir...
mas o meu sono está em falta no mercado...
velhas paredes têm muito pouco a me dizer...
os sons lá de fora não me animam mais...
talvez à noite esfrie bem mais...
qual das duas? eu sinto a presença de duas...
de lá de fora... inevitável compromisso
com suas maldades e seus perigos...
daqui de dentro... do meu peito...
em que enigmas riem desesperadamente...
e meus sonhos acabam me tortuirando
e eu os perdoo pois isso foi sem querer...
assim é... assim será...
e eu vou escrevendo em milhares de reticências
num repouso desesperado e absoluto...
está frio... está tão frio... tão frio...
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