os traços encarnados escorrem nas paredes
faltando a medida exata de uma combustão
eu nem mais sei onde caminho por algum lugar
e se algum dia se extinguirá essa exaustão
as aves vão então e sempre sempre voando
voltem aqui! levem, por favor, o meu coração!
ele sozinho vai então morrendo aos poucos
tateando por estes labirintos na escuridão
a vida me negou o amor que sempre queria
deu-me em troca dias malvados, dias de cão
mas eu ainda faço estes meus sortilégios
e para isso nem preciso usar um caldeirão
junto frases, invento versos, construo estrofes
consigo pegar tudo ao alcance da minha mão
que continue assim essa minha vão jornada
até que encontre enfim a minha salvação
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