Adeus, meu querido agosto, já algumas dezenas de vezes te vi e, se a vida assim me permitir te verei outras vezes no tempo que passar...
Daqui umas horas os ponteiros do relógio atravessarão a fronteira e será a vez de setembro. Isso faz parte da grande dança do tempo, o sol cumprirá o seu papel religiosamente todos os dias e as noites virão com os seus mesmos medos...
Adeus, meu querido agosto. Não posso reclamar do que aconteceu pelos teus dias. Tristezas e alegrias andam de mãos dadas por caminhos bons ou ruins...
Não posso reclamar do teu frio e nem de alguma chuva que porventura aconteceu enquanto percorrias o mundo. Uma primavera vai se aproximando como todas as outras e, mais na frente, acontecerá o verão que me agrada mais um pouco...
Adeus, meu querido agosto. Eu não vi tanto desgosto assim como dizem por aí. Novidades insólitas acontecem por aí aos montes é o que temos. Mentiras são contadas desde a primeira palavra ecoada na história dos homens...
Também não vi nenhum cachorro louco, deve ter até algum por aí pelas ruas, mas isso não importa. Conseguimos ser mais loucos ainda, correndo atrás de sonhos que nunca serão alcançados...
Adeus meu querido agosto, afinal de contas tu me viste vir ao mundo, dar o primeiro de muitos choros, ficar quase cego com a primeira luz que o espaço me ofereceu e até meus primeiros passos em direção ao nada...
Vai tranquilo e sereno, dar satisfação à história da própria história, mostrar a vida e a morte que aconteceu em teu seio, as ingratas batalhas, as insanidades efetuadas enquanto existias, mas também vai, sobretudo, mostrar os sorrisos que abrigastes, os novos amores e as muitas paixões que te fizeram voar...
Adeus, meu querido agosto, não repares esta pequena lágrima num canto do olho, é assim que tem que ser, é assim que sempre será...
Adeus, agosto...
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