Desculpe eu falar, mas você me estragou geral,
Eu vim por aqui só porque tinha carnaval,
É que me falaram lá em cima que é sensacional
Maldito, maldita, eu nem mais quem eu sou,
Bonito, bonita, isso sempre pouco importou
Agora vou só, esqueci qual era meu bando
Eu sorria demais, agora é só vez em quando
Me dá até vontade de te dar um tapa na cara
Mas isso não vou fazer, tão raro, tão rara
Só não me iluda com reais promessas falsas
Me dê um tempo que eu já tiro as calças
Desculpe eu falar, mas você me estragou geral,
Eu não sei qual a diferença entre o bem e o mal,
Tire as roupas da corda pois lá vem o temporal
Maldito, maldita, não escutou os meus conselhos,
Bonito, bonita, é o símbolo da Nike nos pentelhos
É riso sem ter motivo, é só mais um quá quá quá
E eu já vou entrando sem ao menos perguntar
Se vou poder entrar nisso que você chama de vida
É que você nunca mesmo prestou, fingido, fingida
Você pode até dizer que não gosta, mas se acostume
Porque a vida é só um pouco melhor do que estrume
Desculpe eu falar, mas você estragou geral,
Eu já me esqueci o que é ilusão e o que é real,
Mas aprendi que a novela é que tem um bom final
Safado, safada, agora não sei mais o que faço
Piranho, piranha, não fui eu que tirou seu cabaço
Sou apenas mais demônio que tem um coração,
Me desculpe, não uso mais as roupas da estação
Cada tiro já tem a sua bala mais que projetada,
Foi a única vez que falei a verdade, lesado, lesada
Cale a boca, você perdeu o seu direito de falar,
Eu quero água de coco e uísque de frente ao mar
Desculpe eu falar, mas você estragou geral,
Você vive dando mole pra todo esse pessoal,
Mas não vai conseguir estragar o meu carnaval...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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