Não sou rei de coisa alguma
Nem de velhas fantasias que um dia vesti
Riram de todos os meus amores
Apenas áudios que ninguém escutou
Quebraram todos os meus brinquedos
E o seu destino foi qualquer lixeira
Como a que um dia seremos sepultados
Minhas febres são mais constantes
São parecidas com batimentos cardíacos
Até na maior calmaria estou desesperado
Não faço versos para que todos gostem
A realidade é para ser e não objeto de deleite
Nem só de pão poderemos viver sempre
Mas também dos tiros que não nos alcançaram
As moscas anunciam direto sua vinda e voo
Nossa privacidade é cada vez mais pública
E os discos voadores agora se fazem de Uber
O meu tamanho é de uma névoa qualquer
E ondas estão tirando onda com a minha cara
Todo capricho é agora o mais desleixado
Esqueci e convidei os canibais para jantar
Um daqueles como paredes com mosquitos mortos
Não sou rei de coisa alguma e nem serei...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário