De que adiantarão estas flores mortas?
Todo destino acaba debochando da gente
E nos engole feito um algoritmo malvado
Como uma aranha pega a mosca na teia...
Não foi... Não é...
Também nunca mais será...
Qual a utilidade desses choros inúteis?
Cada metal que é arremessado para longe
Acabará encontrando algum corpo frágil
Que fora da geladeira seria desastre maior...
Não teve... Não tem...
Também nunca mais terá...
Quem é o mestre desta estranha cerimônia?
É um horário para ser novamente cumprido
Os atores escolhidos fingem a tristeza que há
Até que amanhã seja o nosso esquecimento...
Não dançou... Não dança...
Também nunca mais dançará...
Falaram que agora não pode falar mais?
Pois até essas pedras daqui falam alguma coisa
E até a matemática faz seus alguns milagres
Mesmo que em enigmas tudo seja codificado...
Não canta... Não cantou...
Também nunca mais cantará...
Posso lhe desejar pelo menos um bom sono?
Não fique aí presa nesse quadrado frio e escuro
Aproveite a carona das mais próximas nuvens
E esqueça de vez as feridas que a vida lhe deu...
(Para Kamilly Victória Baptista da Silva, assassinada, extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário