Pois hoje só teremos esse sol tímido
Que deu suas caras nesse ar tão gelado.
Até os cães agora latem menos um pouco
Enquanto aos gatos resta tarefa quase vã.
Ninguém tem culpa se neste oitavo mês
O mar tranquilo desta baía curte ressacas.
Ontem na próxima que já não vou faz tempo
Alguns meninos ainda tentavam jogar bola.
Uma alegria quase triste é aquilo que temos
Parecendo perguntas não mais respondidas.
Como os passarinhos são por demais teimosos
Tentam dar aquele colorido quase impossível.
Os vapores dos cafés agora são menos densos
Mas a alegria de estar vivo ainda continua.
Ainda vejo essas quase novidades na tela
E vejo que as lições ainda não foram entendidas.
Continuo teimando e teimando quase sempre
Que meus olhos ainda são meus piores inimigos.
Tudo continua no mesmo lugar e nem notamos
Mesmo aquela eternidade com ares de morta.
Meus amores continuam em séria multiplicidade
Enquanto quero repetir os beijos que nunca dei.
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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