terça-feira, 8 de julho de 2025

Blues da Incoerência

Simples, os mais simples detalhes,

Virados ciscos e cegando as vistas,

Mordo a língua por puro desprazer...


Quanto mais ela for puta, melhor...


Poesias, poesias mais cacofônicas,

O pão nosso de cada um semestre,

A cadeira caiu sem dança qualquer...


Uma esmola pelo amor do Cão...


Zé da Paixão dormia no caixão,

A nova libido agora vem com bula,

Baratas são camarões terrestres...


Todos os dias acabam se suicidando...


Pedaços, pedaços de algum vidro,

Ando sobre um tapete de brasas,

É lúdica minha nova pornolalia...


O moralismo gosta demais de surubas...


A merda será sorteada nos bingos,

Minha fantasia de ladrão está pronta,

Em São Tomé tem sopinha de letras...


Chegarei nos céus calçando tamancos...


Refrigerante de cactus, sempre melhor,

Vou atrás do trio elétrico movido à lenha,

Desejo minha saliva com sabor de cana...


Aquela parafina nunca mais foi fina...


Uma boa feijoada no café da manhã,

Um réquiem em ritmo de puro samba,

Novas cavernas de papel reciclado...


Começaram a fazer reciclagem de vômito...


Ninfetas taradas hablando em castelhano,

Dinossauros tomando banho no pet shop,

Doravante só tomarei cerveja sabor mamão...


Bodas de ouro que duram cinquenta segundos...


Quando o melhor é o pior, agora sim, fodeu,

O deputado comeu veneno só de sacanagem,

Só consigo roubar se o roubo for do próximo...


Eu não gosto de nada e muito menos de ninguém...


Levei um leão para rifa na escola, levei sim,

Que lindo sorriso de dentes todos eles podres,

A saia dela é comprida para deixar a bunda de fora...


Nunca mais vou comprar cocos na delegacia...


Nem eu mesmo votei em mim, não votei não,

Vamos em breve compor o samba da mulher-pato,

O nosso tapete verde acabou ficando maduro...


Nossa história é feita de penetrações infinitas...


O cara da direita está roendo as unhas dos pés,

No sorteio da loteria federal uma dúzia de ovos,

Quem caga peidando nem sabe qual é a hora...


Sábados são domingos com cara de segunda...


Pluct-plact-zoom só vou na rua se for bebum,

Isso desde o tempo que minha vó não era torta,

O musaranho colocou os óculos do leitor...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).  

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