O muro não falava nada.
Foi construído num acaso sem acaso
Para guardar o que podia.
(Pobre dele, ninguém guarda o tempo...)
Ninguém passava por ele.
Mas as trepadeiras podiam subir
E os meninos também.
(Inútil guardião, tente segurar o ar...)
O muro não sabia sorrir.
Só que isso era desnecessário
Os muitos sóis faziam isso.
(Fora os muitos rabiscos que haviam...)
O muro um dia iria cair.
Não lhe importava tanto isso
Porque cumpriu seu papel.
(Ele nunca invejou as montanhas...)
O muro até falava e sorria...
(Só que ninguém escutava...)
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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