Andava com pressa na rua
(Seria uma rua mesmo?)
E dessa vez nem era notada
(Fato inédito! Fato inédito!)
Em cada uma sempre alguém...
Compromisso inadiável...
Absurdo não ir no próprio funeral...
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Quantos poetas esconderam seu rosto?
Quantos choraram mesmo em silêncio?
Sou apenas um velho que a vida deu as costas.
Ou talvez um menino brincando de roleta-russa.
Calados! Não falem mais absolutamente nada...
Quantos choraram mesmo em silêncio?
Quantos poetas esconderam seu rosto?...
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Não é vingança
É apenas consequência
O tempo tem fome
E muita fome mesmo
Tem fome e ardis
Pensamos que crescemos
Mas só envelhecemos...
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Esses meus erros são repetidos
Pois todo humano tem a mesma mania
- Repetir seus erros mais cruéis -
Cruéis e idiotas por falar nisso
São muitos e é difícil enumerá-los:
Um deles é o sonho e o outro - o amor...
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Eu poderia ficar rindo até o final dos tempos
Seriam risadas mistas de achar graça e contentação
Pois fico voando feito uma pequena mosca
Que não importa nem onde mesmo pousa
Quem me mataria não tem minha habilidade
E acabou esquecendo de comprar inseticida...
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É que certas sonoridades me encantam
Mesmo que pareçam de outras naturezas
Que pertencem aos outros sentidos:
O cheiro dos cinemas são uma trilha sonora
O movimento da praça aqui perto
É muito semelhante a uma ciranda acontecida
Velas acesas pelas encruzilhadas nas segundas
Lembram-me canções que foram atendidas...
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Quem não tem, queria ter
Quem tem, não queria
O jovem só deseja envelhecer
Quem envelheceu, chora por isso
Nada é permanente entre nós
Somente toda a impermanência...
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