sexta-feira, 18 de julho de 2025

Tarja Prata

O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

Aquilo que cura também mata!


Na travessia de Caronte

Uma moeda é o bastante

Para atravessar essa ponte

Só basta um instante...


O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

Tem miserável de terno e gravata!


Abriu a caixa de Pandora

Espalhou a praga

Se num castelo você mora

Mesmo assim mija e caga...


O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

A vida é agradecida e também ingrata!


Todo sangue é vermelho

Toda ferida é marrom

É mais real o espelho

Não há mau nem há bom...


O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

Ser o melhor é a mais pura bravata!


O peito da gostosa cai

O artista perde a fama

Aquilo que vem também vai

Porco é que gosta de lama...


O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

A alegria sempre é a mais barata!


O prédio um dia volta ao chão

O tempo sempre tem fome

Eu não sei fazer a canção

E nem sequer o meu nome...


O silêncio é de ouro, o falar é de prata...

Onde está o tesouro? Na lata!...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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