Toda emoção de um canalha não tem direção.
Quem dá tiros sempre também pode receber.
O abismo sabe falar a língua dos desesperados.
Na mais pura indiferença burgueses bebem chá.
As asas que nunca tive são as asas que voam mais.
Temos velhas recordações sem gracejo algum.
Meus pés conhecem bem mais que a mente.
A lua cheia me algemou aos seus muitos uivos.
Sob esta capa moram milhares de tentativas.
As unhas transforam-se em garras faz tempo.
Na próxima estação haverão milhares de frutos.
Talvez nesta areia possamos escrever eternidades.
Eu sou a indefinição de tudo aquilo que se define.
Todos os sweet dreams acabam possuem sabor azedo.
Conheço todos cinemas por seu aroma sui generis.
Montanhas e profundezas herdaram o mesmo tamanho.
Os bem-te-vis acabaram nunca enxergando nada.
Nossas verdadeiras realidades são nossas máscaras.
Toda data já nasceu com seu epitáfio já determinado.
As multidões conhecem bem todas essas crueldades.
Nas danças de São Guido a morte aproveitou o descanso...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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