Cinzas espalhadas pelo chão...
Da fogueira? Da fogueira não...
Como folhas pelo ar...
Para o alto não irão voltar...
Assim meus amores não voltarão...
Aonde estão? Caíram pelo chão...
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Quer fazer um poema que valha a pena?
Saia pela manhã de casa, com sol ou sem ele,
Não precisa escolher o trajeto, todos servem,
Dê um sorriso para todos que ver
(Inclusive cães, gatos, pássaros e plantas),
Enquanto isso, esqueça de alguma tristeza,
E sobretudo, pense em quem você ama,
Mesmo que isso seja apenas imaginário.
Viva a vida, toda ela merece ser vivida...
Quando retornar para a sua casa,
Os versos estão todos eles prontos,
Você os escrevendo ou não...
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No meio da noite não sou corvo,
Sinceramente, me desculpe, Poe,
Minhas penas não são negras, até queria...
Tenho medo de falar - nunca mais...
No meio da noite sou é bacurau,
Pequeno, vivo escondido, isso sim,
Carrego a cinza de apagadas fogueiras...
E quando será meu final? Amanhã eu vou!...
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Era púrpura? Era lilás?
Eu nem sabia que não sabia
Num tempo em que espalhava cores
Como quem brinca na areia da praia
(O lápis-de-cor era meu cúmplice)
Antes dos sonhos virarem feridas...
Era púrpura? Era lilás?...
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Eu faço poesia como quem respira...
Os versos fogem e o ar me falta...
Eu escrevo cada verso desesperando
Como o menino que se perdeu...
O menino no entanto ainda permanece
E a poesia inda teima assim mesmo...
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Eu não imaginei mais nada
Somente violetas cor de violeta
Em vasos docemente esquecidos
Em varandas mais antigas...
Talvez uma quimera menos malvada
Acariciasse os meus pobres lábios
E dissesse com toda calma do mundo:
Não tenha mais medo, já passou...
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Eu mesmo sou um planeta,
Um mundo que só eu sei onde orbito,
Todos os detalhes são meus,
Até aqueles que eu não queria,
Minhas rugas, minhas caretas,
Meus pedidos desesperados
Para que venha outro carnaval...
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