domingo, 6 de julho de 2025

Carliniana XCI ( Leilão de Almas )

Minha cara senhora dos domingos de ressaca,

Domingos pútridos, em linha reta para a morte...

Rainha das garrafas vazias numa mesma suja,

No boteco sujo, no meio de uma favela daqui...


Eu não sei o que foi,

Eu não sei o que será,

Sou apenas um velho,

Os meus metros são quilômetros...


Minha Messalina destes tempos tão mais ferozes,

A Sansara anda precisando de óleo lubrificante,

E os anjos viraram a cara para o nosso mundo

E se recusam a obedecer as ordens do Pai eterno...


Eu não sei o que foi,

Eu não sei o que será,

Sou apenas um idiota,

Os meus segundos são meses...


O mocinho da história é o que te mete a porrada,

Eu sambo no escuro igual a um peixe fora da água,

Arranjemos agora um carrasco que seja vegano

E façamos um brinde com um copo de insetos mortos...


Eu não sei o que foi,

Eu não sei o que será,

Sou apenas uma fera presa,

O meu segredo são milhares...


As chuvas caem de pé, mas agora correm sentadas,

Caetano agora fez o mais solene dos votos de silêncio,

As verdadeiras solidões estão nos vagões da Central

E eu ganhei na rifa um cocar de penas sintéticas...


Eu não sei o que foi,

Eu não sei o que será,

Sou apenas mais uma aberração,

Os meus olhos são todas as estrelas do céu...


Anjo das trevas, vem cuidar de mim...

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Carliniana XCI ( Leilão de Almas )

Minha cara senhora dos domingos de ressaca, Domingos pútridos, em linha reta para a morte... Rainha das garrafas vazias numa mesma suja, No ...