Todos os dias são da semana
Nem todas as garotas são de Ipanema
Eu me delicio com balas sem gosto
E participo de todas as fotos sem rosto...
Baiano fazia acarajés feitos de histórias...
Os meus lápis estão sem ponta
E cerveja que ela bebeu há de voltar
Podem me chamar de camaleão
Mas sem alarde ou a tal precipitação...
Meia dose é o suficiente para nos endoidar...
A vida é apenas bordado sem risco
Mais uma rodada de chá aos estudantes
Jogarei muitas rimas neste precipício
Cambalear pelas ruas virou o meu ofício...
Chamei o tédio para jogar dominó anteontem...
São canções para ninar tempestades
E um samba barroco para começar a folia
É tudo como se fosse um beijo à três
Ou alegria de supermercado no fim de mês...
Os pombos e as cartomantes sabem de tudo...
Falta sempre algum sono para eternidade,
Os galos dos almoços de minha tia descansaram,
Pois aqui são as primeiras sem as segundas,
Eu encho minhas mãos com estrelas vagabundas...
Seus cabelos curtos lembra-me longas histórias...
É um novo dicionário sem ter vocábulos,
Cochilo no volante prevendo iminentes desastres,
Enquanto vou falando todas as minhas besteiras,
Vou chorando e subindo todas as minhas ladeiras...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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