terça-feira, 15 de julho de 2025

Sabedoria Para Os Tolos

Não! Não mesmo!

Inventemos as mais tolas teorias, como ovelhas apascentadas nos fronts que adoram conversas balelas pelas redes e tramar novas fake news em cavernas sem Platão.

Chegou a hora!

De sambarmos sem mesmo algum teto de zinco quente, como foliões que desfilam em finados, sem que isso importe em alguma coisa, temos vergonhas suficientes para nos envergonharmos.

Pegue ali no lixo, pegue!

Palavras complicadas saem de nossas pobres bocas, assim como se cospem dentes quando ganhamos uma porrada bem dada, na hora nem notamos o estrago que foi feito.

Vote neste desgraçado, vote!

Ele cagará na sua cara, limpará o rabo com a sua roupa já quase suja enquanto come com sofreguidão a merenda escolar que roubou dos seus filhos e tomando seu remédio.

Não goste de ninguém! Ninguém!

Seja um merda apático como todos são e morra feliz de que não será mais lembrado nunca mais pois o que você gastou sem necessidade alguma será a terra que colocarão por cima.

Não esqueça de acumular! Acumule!

Transforme seu caixão num guarda-roupas, seu túmulo num depósito, a quadra  num brechó elegante, sua caminhada para o inferno será tranquila, bem tranquila.

Obedeça as ordens! Obedeça!

Jogue fora os livros, se preocupe de ser apenas mais um medíocre, pise nas flores, mate os passarinhos, chute os pobres cães de rua e só faça atrocidades como qualquer um faz.

Seja mais um! Mais um!

Invente vocábulos sem sentido, fale somente sobre sentimentos banais, manifeste suas taras mais covardes, boneco feito em série, escravo de qualquer moda.

Não morra agora! Não morra!

Espere o câncer devorar com os agrotóxicos, destrua logo esse planeta, fiquemos sem chão e sem mares, somos os reis de uma criação que nunca deu certo.

Não! Não mesmo!...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 347

Cinzas espalhadas pelo chão... Da fogueira? Da fogueira não... Como folhas pelo ar... Para o alto não irão voltar... Assim meus amores não v...