Pelanca com angu.
Panela velha e preta de fumaça.
Lenha catada no mato.
Fogão de dois tijolos.
Quintal cheio de entulhos.
Pobreza mais que evidente.
Cadê o emboço dessa porra?
Futuro sem futuro.
Todos erraram no palpite.
A semana é toda igual.
Todos temos medo de piolho.
A televisão é em preto-e-branco,
Temos vergonha da vergonha.
O cigarro já se acabou?
Um dia eu morro de tanto rir.
Ela fez mandinga com a bunda de fora.
Não vi nada mas escutei o tiro.
Sócrates foi vender banana.
Tava bom que tava ruim.
Na Mangueira só dá coco.
O cara se fodeu todo?
Estalo os dedos por aflição.
Faltam bocas no meu dente.
Seus gemidos de tesão cessaram.
Sua bondade é tão malvada.
Tiramos selfies com ratos.
As facas estão aposentadas.
Quem matará a morte?
Refrescos salgados são bons.
Todo perpétuo é passageiro.
O destino é um cara maneiro.
Acabou a bateria da câmera municipal.
Cresceu uma horta na minha aorta.
Posso beber mais um quilo?
O Everest é apenas um morro.
Seu Já-Morreu ainda não morreu.
Perfume com aroma de peixe podre.
Pra enterrar nem mais enxada.
Pelanca com angu.
Panela velha e preta de fumaça.
Cadê o emboço dessa porra?...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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