Ginástica para carnes flácidas de um tempo perdido.
Honorável vergonha de desaparecidos madrigais.
Mágica ao avesso nos mais contritos e vis estertores.
O fugitivo usa sua mais que habitual máscara de vidro.
Mascamos pedaços de concreto como com nuvens.
O limão de tão azedo tornou-se o mais doce de todos.
Minha idade avançada permite certos devaneios.
Aquilo que consumi é o que mais me consome agora.
Carrego em mim toda esperança e algum desespero.
Todas as minhas síndromes estarão bem catalogadas.
O maior dos mistérios é não ter mais mistério algum.
São sábados para as gravatas e domingos as cartolas.
Gentilmente serei o próximo precipitado ao abismo.
Conto cada segundo como o avarento suas moedas.
Morangos e ervas daninhas nascem pelos canteiros.
Tardes preguiçosas acabaram bocejando em coro.
Não podemos nem escolher os nomes das novelas.
A estátua do patriarca acabou de cair no samba.
Causa-me certa estranheza nada ser mais estranho.
Seus defeitos são apenas um novo quebra-cabeças.
Quero deglutir meu passado como nunca foi antes.
Eu sou o maior forasteiro deste meu próprio país.
Os bruxos também foram queimados nas fogueiras.
Ursos de pelúcia para algumas florestas imaginárias.
Tiraram todos os temperos para botar no papel.
A maior complexidade existente é a simplicidade.
Aproveitamos sempre do nada para coisa nenhuma...
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