quinta-feira, 24 de julho de 2025

Carliniana XCIV ( Avesso Avessado Com Direito A Dança )

Ginástica para carnes flácidas de um tempo perdido.

Honorável vergonha de desaparecidos madrigais.

Mágica ao avesso nos mais contritos e vis estertores.

O fugitivo usa sua mais que habitual máscara de vidro.

Mascamos pedaços de concreto como com nuvens.

O limão de tão azedo tornou-se o mais doce de todos.

Minha idade avançada permite certos devaneios.

Aquilo que consumi é o que mais me consome agora.

Carrego em mim toda esperança e algum desespero.

Todas as minhas síndromes estarão bem catalogadas.

O maior dos mistérios é não ter mais mistério algum.

São sábados para as gravatas e domingos as cartolas.

Gentilmente serei o próximo precipitado ao abismo.

Conto cada segundo como o avarento suas moedas.

Morangos e ervas daninhas nascem pelos canteiros.

Tardes preguiçosas acabaram bocejando em coro.

Não podemos nem escolher os nomes das novelas.

A estátua do patriarca acabou de cair no samba.

Causa-me certa estranheza nada ser mais estranho.

Seus defeitos são apenas um novo quebra-cabeças.

Quero deglutir meu passado como nunca foi antes.

Eu sou o maior forasteiro deste meu próprio país.

Os bruxos também foram queimados nas fogueiras.

Ursos de pelúcia para algumas florestas imaginárias.

Tiraram todos os temperos para botar no papel.

A maior complexidade existente é a simplicidade.

Aproveitamos sempre do nada para coisa nenhuma...

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