sexta-feira, 5 de julho de 2019

Poesia Sintética Número 2


serpentes análogas
eu primorosos novelos
na minha calma ira
puxo teus cabelos

o sangue escorre
dos lábios ao chão
tudo o que morre?
quem meu coração

almanaques antigos
para regozijo dos novos
e alguns claros enigmas
a ignorância dos povos

o corpo do alto caiu
ninguém o socorreu
é primeiro de abril
vem caindo o breu

eu tomei remédio
cessou a toxina
não há mais herói
só há a heroína

a espada de fogo
cortou sem o vento
não há mais jogo
aqui num momento

estrela cadente
cadência sem rima
eu cheguei agora
eu vim lá de cima

babaca do cara
perdeu a partida
é coisa tão rara
fechar a ferida

eu ia louvar um
ou mais dois ou três
eu cantei a pedra
sem nem um talvez

estranhas previsões
possessos vaticínios
são muitas estações
pra poucos laticínios

jogo pedra na água
são só umas pedrinhas
espero venha logo
as ilusões minhas

já fiquei pelado
foi ali mesmo na praça
me faz um mal danado
chorando vidro embaça

fiz uma camuflagem
usei um novo visual
na festa sem convite
tremendo cara-de-pau

serpentes catálogas
eu rancorosos apelos
na minha trauma lira
puxo teus cabelos

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...