Entre tudo que vi e não vi
as coisas que sei e não sei
aquilo que um dia consegui
e as coisas que nunca terei
Existe um muro quieto e malvado
tentando atravessar fiquei machucado...
Entre todo amor que senti
e todo amor que não ganhei
todo o sono que não pude dormir
as noites em claro que atravessei
Existe um muro alto e intransponível
às vezes escuro e às vezes invisível...
Entre o chão que eu caí
e as nuvens em que brinquei
foram tantas pontas que subi
que até me machuquei
Existe um muro alto e quase vivo
e da própria liberdade me privo...
Entre a canção que em vão repeti
as verdades que sabia e me calei
tantas feras por aqui e por ali
mas fui eu mesmo que me devorei
Existe um muro quieto e malvado
tentando atravessar fiquei machucado...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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