Amo a tempestade como a calmaria
Amo a madrugada como também o sol
Tanto a coragem quanto à covardia
Tanto a meditação quanto o futebol
Amo tanto a calma como a valentia
Amo o bem e às vezes até amo o mal
Amo o que tenho e aquilo que não teria
Tenho todo o universo e o meu quintal
Amo a loucura e amo a sabedoria
Quero a eternidade toda num segundo
Eu sou todo pleno com minh'alma vazia
Eu sou de mim mesmo e de todo mundo
Amo o gesto rude quanto a simpatia
A vontade tão frágil o mais firme pulso
As coisas mais reais e minhas fantasias
Aquilo que eu calculei e o meu impulso
Amo a sobriedade mas adoro a boemia
Eu tanto blasfemo e também como oro
Trago em mim toda tristeza e toda alegria
Quantas vezes eu gargalho e como choro
Amo o calor da vida e a morte mais fria
Como sou diferente e assim tão igual
Eu sou o espinho e o remédio que alivia
Eu sou o finados mas também o carnaval
Eu sou o preto-e-branco e a cor que extasia
Sou o que permanece e o que vem e passa
Sou a fogueira que eternamente queimaria
Quando se apagar fará mil nuvens de fumaça
Eu sou a máquina perfeita e a avaria
Aquilo que te falo e o que não te conto
O encontro de um minuto me dá nostalgia
A droga que não usei me deixou mais tonto
Amo a tempestade como a calmaria
Amo a madrugada como o dia claro
Eu sou obra única e também parceria
Eu sou tantas coisas que nem reparo...
(Para Caio Victorino, extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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