domingo, 28 de julho de 2019

Ditirambo Norueguês com Ares de Sofisma

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Fosse o que fosse falta-me o ar, isso é o resultado consequente de minhas mais nobres intenções. A velocidade de partículas eletrônicas acabam iludindo-me mais que determinadas tentações um tanto escusas. Eu quero sem cessar dias bonitos, desses que só podemos ver em leilões inspirados de qualquer zona sul. Tento me comportar sôfrego com as luzes todas apagadas, são costumes da moda desses dias turbulentos em que se gastam mais adjetivos que estranhas virtudes.
Salve-se quem puder!  Gritavam os modistas com afetado desespero como é conveniente em determinadas ocasiões...
É um grande festim, meu senhor, onde não faltam rabecas medievais e nem guerras de travesseiros. As cores destoantes estão sempre na última moda e as modelos acabaram se transformando em carpideiras que gargalham sem nenhum pudor. Aliás, por falar em pudor, permitam-me a indiscrição de ser o mais simples dos mortais. Nunca tive culpa disso, quebra-cabeças acabam me cansando de vez e isso pode ser muito triste ou muito alegre, dependendo de qual ocasião.
Meu reino por um cavalo! Exclamou o jóquei feminista que nasceu com apenas dois metros e dez centímetros de altura...
É tarefa deveras árdua cortar as unhas ao invés de roê-las. Quero absorver paixões gota por gota, como o torturante soro que obedece a lei da gravidade, acabo tenho assim a paciência de um gato ou a leveza de um cão que percorre águas sem fins nas calçadas em dias alegres de chuva.
Se não têm pão, que comam brioches! A dondoca sabe fazer as colocações mais temáticas com nervos mais que aço...
Alguns filósofos desconhecem que o são até a hora em que um dedo vem e os apontam. Viu? Os gestos mais simples dispensam certos maquinismos irritantes e o improviso é algo friamente calculado se invertermos todos os termos que pedem as expressões algébricas com determinados decoros exagerados.
Os ingleses estão chegando! Avisou solenemente o diretor do cursinho enquanto limpava seus bigodes de gordura sintética...
As novas receitas expostas no programa matinal da televisão ensina mais sobre o funcionamento universal mais que alguns empoeirados compêndios que se escondem em sinistras gavetas. Se fizermos da vida uma grande brincadeira, talvez não sairemos com um prejuízo tão grande assim, é só questão de habilidade.
O que que a baiana tem? Caim disse tal coisa depois que deu um chega-pra-lá em seu irmão Abel...
Non sense aos montes, isso sim é que é bom, que leiam as dicas do almanaque as suburbanas que costuram em casa com seus cigarros no canto da boca em horas quase especiais. A exata compreensão da vida é suprida pela falta exaustiva de certos detalhes, cartas só podem ser lidas deliciosamente com certos atrasos propositais enquanto a mente ainda funciona.
Quem não se comunica, se complica! Eis a explicação para as crateras de Martes que foram anunciadas num periódico escrito à mão...
Gritavam os arcanos mais recônditos em mais veladas inscrições rúnicas em banheiros sujos de alguns barzinhos suburbanos de algum bairro qualquer. Nesse exato momento inexato aconteceram algumas profecias que erraram por uma questão de lógica como gravetos utilizados em sinais acrósticos e essa rotina inédita acaba me deixando nervoso há seculos.
A sorte está lançada! Eram os ecos dos jogadores de bingo no tempo da saudosa Ana quase inda agora...
E muitos ritos foram feitos como produtos novos, afinal de contas, são as exigências do mercado consumidor que dispensou as pulgas e os baralhos roubados em episódios dantescos de uma brincadeira incógnita e rebelde que agora está consumada e nem mais cinza alguma restou. Abacaxis e subidas ao morro nunca mais.
Os abutres agora usam do mais fino uísque importado e abusam de sinais de fumaça...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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