terça-feira, 16 de julho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 17


flores no asfalto
minh'alma dá um salto
até onde?
peguei um bonde
para a imensidão
meu coração
em rimas óbvias, senhor
é a dor! é a dor!

flores no enterro
minha vida foi um erro
um erro só?
vários, me tenha dó
não foi por mal
pois era carnaval
em rimas bobas, senhor
é a dor! é a dor!

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todo mundo pode
esconder o corpo ou não
depende muito
do lugar ou ocasião
todo mundo pode
esconder até a compaixão
se anda na luz
ou se vive a escuridão
todo mundo pode
esconder o medo do pelotão
pode morrer de susto
ou viver só de emoção
todo mundo pode
esconder a alma ou não...

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as pedras gemem
as lápides choram verdadeiramente
as carpideiras executam seu ofício
nem todas as manhãs chovem
mas todos os que vão
em todos os funerais
lá no fundo, bem no fundo
choram suas mágoas e seus medos
perante o mais inevitável...

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ser flor e ser espinho
ao mesmo tempo
ser o vento e a folha
que o vento carrega
pra longe ou perto
agora tanto faz
nas barreiras do tempo
são cobrados caros pedágios
as nossas rugas
carecem de banais cuidados
é a noite caindo aos poucos
ser sangue e ser veia
ser água e ser rio
nada mais completo
que fazer alguns versos por aí
vez em quando...

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as ilusões melhores que a realidade
as máscaras mais bonitas que os rostos
ninguém é tão bom o suficiente
até a bondade possui explicação
em toda sabedoria uma parcela
da mais escondida das tolices
a nossa única defesa é nossa fraqueza
a carne carrega a culpa que não tem
dispensemos as explicações
a vida é apenas uma eterna dívida
o leiloeiro vive batendo seu martelo

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eu ainda escuto os bem-te-vis
e nem em música escutei mais
mas o coração grava coisas
mais que muita pedra
eu ainda escuto os bacurais
e as noites atravesso 
com o medo que nem a morte
conseguiu alguma explicação
eu ainda não escutei o sábia
só vi diversas gaiolas
eram as mais tristes possíveis
e parecia que eu estava nelas

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haviam muitas luas, muitas delas
e muito mais sóis ainda
e minha poesia não é vista
meus versos andam tristes e apáticos
e eu - muito mais triste ainda
haviam também bandeiras, muitas
e muitas opiniões lançadas
mas quem sou eu (um simples)
eu só queria o fim da maldade
mesmo quando - sou mau naturalmente
haviam muitas ideias, ideias demais
filosofias tão complicadas
enquanto precisamos de simplicidade
porque viver é tão simples
difícil é - reconhecer que erramos
haviam muitas luas, muitas delas
e muito mais sóis ainda...

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