segunda-feira, 15 de julho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 16


Agora entendo coisas
que antes não entendia
e nunca pensei de entender...
Entendo a tristeza 
que acaba nos dando
de ver cenas tão bonitas,
não é bem tristeza,
é a ternura que acaba
doendo de tão boa que é...
Entendo também 
como a alegria pode
até nos tirar o fôlego,
é que os sonhos acabam 
vindo brincar conosco
e isso pode cansar 
quando as carnes envelheceram...
Entendo as crianças,
porque agora a idade veio
e aí parece que um pouco
da sabedoria que perdemos
acabou voltando 
ao seu ponto de partida
porque as vaidades foram
e os espelhos se partiram...
Agora entendo coisas
que antes não entendia
e nunca pensei de entender...

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o fim e começo
tão parecidos
a morte é o fim
de todos os sentidos
e eu aqui num canto
espanto e pranto
o amor e o desamor
andando de braços dados
nem sei onde vou
nem olho mais pros lados
tudo assim assim
me esqueça aqui no jardim

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eu quero alguns dias
(sei que já vivi muitos deles)
mas ainda peço alguns
dias para poder rir
(chorei na maioria deles)
alguns dias à mais
para poder amar
o que ainda não amei
(mesmo sendo isso impossível...)

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o tempo me ensinou 
coisas que nem os livros ensinaram
à sentir cheiros nas cores
sons nas cenas mais silenciosas
ternura nos gestos menores
os voos das borboletas são grandes lições
e os beija-flores são eternos filósofos

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chão de terra chão
chuva caindo tão
os caminhos que segui
onde estou? aí ou aqui?
a minha saudade tanta
até a alma se espanta
chão de terra chão
nem é preciso razão

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os meninos brincam
os bichos também
eu me recordo de coisas
que já foram além
as flores dançam
as estrelas também
eu sinto falta de coisas
que me faziam tão bem...

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a febre de leve
tudo em volta tão quente
me esqueço se sou
se inda sou gente
mamãe cuida de mim
qu'eu tou tão doente
papai me protege
qu'eu tou tão carente

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