Insistente paixão de trombetas sem juízo afinal e afinal as contas já estão saldadas. Saldos e soldados em batalhões de metálicas brilhos assim e assim. Eu não tenho mais o que falar à não ser enigmas como os que ainda não descobri.
É tão sono burguês esse que trago em mim como os tons de laranja que ainda me faltam. Não sei mais nada. E se soubesse calaria minha boca em alto e bom som. Tenhamos bastante cuidado em cuidar de alguma coisa. Correntes estão em liquidação.
Tomei um susto dia desses. Não era minha intenção dizer algo inédito e com algum sentido. Só as tolices triunfam na mídia atual. Façamos por desconhecimento de causa. Aquilo que nos agrada deve ser afastado para bem longe. Confissões sinceras devem ser evitadas assim como todo o resto.
Somos números, alguns numerais, isso sim. E nas marcas do tempo não existiremos mais. Por que? Nem imaginamos o tempo gasto, o espaço ocupado, mais nada possivelmente. Fomos humanos, claro, humanos tolos ou tolos humanos, se assim preferirmos.
Ontem mesmo eu vi uma montanha, mas minha preguiça era bem maior que ela. Eu vi uma nuvem, mas preferi esquece-la porque era bonita. Assim são as coisas. Um espelho quebrado parou de incomodar, pelo menos por enquanto.
A louca anda catando papéis e outros objetos inúteis que encontra por aí e seu riso lembra muito o nosso. Objetos, abjetos, dependendo de quantos idiomas sabemos não falar. Tudo é tão claro como a noite sem luas e sem estrela.
Os conflitos mundiais merecem nossos aplausos. E ursos polares já se encontram à venda em renomados pets shops. O sonho acordou em pânico e reinventou uma reinvenção qualquer. Tirem isso daqui! A sensatez incomoda aos fracos e é aquilo que somos. Coloque alguns niqueis em meu chapéu e tudo estará bem.
Uma banda toca na praça velhos fracassos do passado. Os músicos não sabem as notas e isso pouco importa ninguém nota mesmo. Todo errado agora tem seu lugar na prateleira. Não choverá tão cedo até a próxima vez.
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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