A casa era bem pequena
Mas a alma era tão grande...
Eu e mamãe - dois solitários...
Eu e mamãe e nossos gatos - o mundo tudo...
E um tempo de muitas loucuras
E também alguns caminhos...
Como eu sinto saudades!
E mesmo quando o que passou,
Já aconteceu, já passou,
As velhas feridas continuam lá
E doem do mesmo jeito...
Flashs disparados, meu bom mestre
O café quente e muitos cigarros...
Lições de sonhos, meu bom senhor
De uma beleza que não mais vi...
Poesias escondidas, impossível amor
E até sombras errantes na noite
Me colocando algum medo...
Risadas pelo ar, querido primo
Somos os donos da rua
E ninguém pode negar tal coisa...
Devaneio, desvario, vida segue em frente
E o que passou nunca vai passar...
A eternidade nos comprou certamente
E até os detalhes não se apagaram...
Vários rostos, muitos toques
O meu castelo de cartas desabou...
Triste vida, a lida feita de pedras
Há mais filosofia nessas pobres flores
Meu sono anda um pouco assustado
Mas aprendi muitas palavras novas
Eu envelheci, mas não sou um velho
A tua eterna lição vive em mim...
A casa era bem pequena
Mas a alma era tão grande...
Eu e mamãe - tão nós...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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