bala perdida,
bala achada,
acabou a vida,
mais nada...
o que temos para hoje, sem amanhã,
o sangue no asfalto,
as mãos para o alto,
morte, acabei virando o teu fã...
eu fico procurando aí pelos dos jornais,
esse é o meu país,
é o que deixa feliz,
poder me abrigar destes temporais...
a culpa nunca foi e nunca será minha,
a culpa é sua,
a culpa é da rua,
a violência agora é nossa rainha...
o trabalhador indo para o trabalho,
o menino no sinal,
a cada dia seu mal,
a plantação sem o espantalho...
o negro porque é essa a sua raça,
o pobre por não ter,
é privilégio viver,
quando não é só por pirraça...
a arma está na mão do cão,
o cão está para trás,
deu-se um tiro na paz,
o irmão matou o seu irmão...
bala perdida,
bala achada,
talvez a vida
desesperada...
bala achada,
acabou a vida,
mais nada...
o que temos para hoje, sem amanhã,
o sangue no asfalto,
as mãos para o alto,
morte, acabei virando o teu fã...
eu fico procurando aí pelos dos jornais,
esse é o meu país,
é o que deixa feliz,
poder me abrigar destes temporais...
a culpa nunca foi e nunca será minha,
a culpa é sua,
a culpa é da rua,
a violência agora é nossa rainha...
o trabalhador indo para o trabalho,
o menino no sinal,
a cada dia seu mal,
a plantação sem o espantalho...
o negro porque é essa a sua raça,
o pobre por não ter,
é privilégio viver,
quando não é só por pirraça...
a arma está na mão do cão,
o cão está para trás,
deu-se um tiro na paz,
o irmão matou o seu irmão...
bala perdida,
bala achada,
talvez a vida
desesperada...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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