Pobre poeta
de um poema insípido
turvo como água suja
onde mora tua beleza?
em lugar algum
eu me escondo nos becos
que a vida oferece
pobre e podre viva
que teima se arrastar...
Pobre poeta
de uma vã tentativa
os que todos desconhecem
teus amores nasceram mortos
teus sonhos riem de ti
e a beleza metálica
dos senhores do mundo
não te alcançam
por um segundo sequer...
Pobre poeta
e teus sonhos são brancas
camisas-de força cruéis
porque os dias melhores
que desejas ardentemente
não passam de piadas
de excelente mau-gosto
a crueldade enche o mundo
e a ignorância comanda tudo...
Pobre poeta
é insípida tua poesia
como a última cachaça
que o bebum entorna
em sua goela abaixo
e depois com dificuldade
levanta-se sem se despedir
de suas companheiros de tristeza
e vai por aí noite a fora...
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