Um quadrado bem pequeno
Um coração aos pulos
Juro que não fui eu!
Não eram nenhuma comemoração
Os fogos que explodiam pelo ar...
A minha sede de aprender
Rendia algumas boas ilusões
E alguns niqueis nos bolsos...
Mas mesmo assim
Éramos quase que felizes...
Traços e letras sempre existiram
E um distinto ar de burguês
Quase até em nossos sapatos
Sonhar e sonhar e sonhar
E mesmo assim não fechar
Nunca meus olhos tortos de rapina
Eu sou aquilo que era
E passei muitas noites em claro
Vendo a coreografia do Universo
Diante de mim mesmo sem saber...
Eu fui testemunha da segunda criação
De muitos beijos no rosto
E sorrisos assim indefinidos
Não me aponte a arma
Não fui eu que andei sob a chuva...
Eu tenho o bailado da imaginação
Que nunca poderá ser roubado
Tudo crescerá igual plantinhaNum quintal baldio qualquer
Somos condenados à eternidade
E à um desfile quase desapercebido
Meus sinais são infalíveis!
Eu trago notícias d'el reino
Em páginas agora envelhecidas
Mas ainda legíveis se quisermos...
Eu não tenho quase nome
E o sono cega meus olhos
Eu não subi em prédio algum
E nem lá de cima alcei voo
Mas quero ainda beijar teus cabelos
Como um pirata ou um louco qualquer
É só questão de ponto de vista
Abraço nove e dez vezes sem cansar
E te dou o nome de uma estrela qualquer
Nunca me embriaguei tanto
Sem sequer um pequeno gole
Eu tenho a maior das testemunhas
Que saudade dela não estar aqui...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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