Tenho saudades e elas me esmagam
Quebram os ossos do meu corpo todo
E ainda rasgam minhas pobres carnes
Como um panzer na frente de batalha
Uma parte do céu seria reencontrá-los...
Em fileiras sorridentes e agora vivos
Como nunca foram em tempos atrás...
Eu te apertaria de novo contra o peite
Meu ursinho de borracha que achei carneiro,
Conversaria aquelas tão longas conversas,
Dominguinhos e Garrichinha meus amigos,
Brincaria contigo meu querido Topo Gigio,
Certamente te empunharia novamente
Minha espada amarela de punho verde
Ou te guardaria na bainha vermelha,
Navegaria em ti grande rebocar vermelho
E tocaria teu apito escaler amarelinho,
Nas minhas duas velhas gaitas dessa vez
Conseguiria tocar as músicas que não pude,
Correria novamente meu velocípede tão amado
E meu jeep com farol de buzina de pilhas querido,
Seria bom, muito bom voltar ao que era
Mesmo que isso custasse o alto preço
De chorar tanto quanto antes chorei...
E por último pegaria meu garrafão
Com aquelas gudes grandes e bonitas
E as arremessaria para os céus
Para que eles pudessem ter mais estrelas...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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